Nunca te tive.

O que farei eu com a saudade que trago?

- Envio-te.

Peguei na saudade e coloquei-a numa caixa tão funda como profunda é a minha dor. 

Lá dentro larguei as memórias, as lembranças.

Que malditas lembranças!

Embrulhei em lágrimas tudo o que podia. 

Mas eu nada podia.

Nunca pude. 

Porque eu nunca te tive. 

E a saudade?

Ela ficou. 

Desfez-se com o tempo o embrulho perfeito que nunca chegou a ser nada. 

Apenas memórias, 

Lembranças esquecidas por ti.

Saudade que trago dentro de mim.

E a saudade transborda pelos esporos do meu ser. 

Transborda pelos olhos que desejam te ver. 

Transborda pelo corpo que te deseja ter. 

Eu nunca te tive.

Mas e a saudade?

 

 

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