O bom malandro
Autor: Frederico De Castro on Sunday, 27 March 2016
Brindaste meu poema com ritmos
divertidos, compilados
num excerto inédito de cânticos
inspirados
manipulando cada palavra
onde me farto de ovações
sucumbindo no quintal
dos teus braços
saltitando em delírio por
tuas cortezes ensinuações
- Na ausência que me deixaste
confundi-me na madrugada
ilustrando o fumegante dia
que se dispersa vadio pelas ruelas
solitárias do teu ser
cantarolando estupefacta no eco
inconfundível onde te revelas
- Ensaei um acorde feliz
no tom de mil vozes
ali entricheiradas
ajoelhando a alma
farta de alegria despertando
tua preciosa gargalhada
em mim suavemente enclausurada
- Anseio só degustar-te amanhã
ensaiando um beijo malandro
que desabrocha aplaudindo
o sabor casto onde meu tacto
por ti escorregadio desliza
peregrinando
- Rendo-me assim ao desvendado
tempo onde confiei a anatomia
dos meus versos
oscilando na cumplicidade
dos desejos dissecados
em silêncios invulneráveis
quase, quase bebendo toda a minha
felina serenidade
- Deixo-te minha existência
especada à mercê de tantas palavras
sem paradeiro
Invoco uma prece desenfreada
desfilando pelos horizontes
deste poema lavrado
na efeméride de tantas afeições
deixadas traficar pelos gabinetes
secretos
das nossas predilectas emoções
FC
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