O BREJO

É um brejo

Ou só um brejo,

Mas não deixa de ser um brejo,

Um brejo que me parou.

Vejo a lagoinha acima refletindo a paisagem,

O sol, o céu de poucas nuvens, uns insetos,

Uns bichos estão em algazarra.

Dali para baixo,

No barro ressequido,

As pegadas de vacas,

De bois — do retireiro

— fazem um trilho para o nada.

Suspeito que eu, ali, — no brejo — já tenha passado.

Mas não lembro,

Ou não entendo,

Ou tenha ficado,

Naquele brejo.

Ou só naquele brejo.

Mas não deixa de ser um brejo — continuo minha caminhada.

Um brejo que passou

Ou ficou com o sol, o céu,

Com uns insetos, com uns bichos.

Sem pegadas de retireiro, de boi, de vaca.

Trilho pelo pasto.

Tenho certeza, agora, que eu, ali, tenha passado.

E me lembro,

E entendo,

E não fiquei,

Naquele brejo

Ou só naquele brejo,

Mas não deixa de ser um brejo.

 

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