O CHEFE POLÍTICO

O CHEFE POLÍTICO

 

De francas trancas o carniceiro

Mutilado por um mundo inteiro,

Não sabe de quê, … nem talvez porquê…

Talvez por si só…, quererá ele saber?

E quando o querem entender,

Finge que não sabe, ou não vê…

 

Que a humidade deslize,

Gotas que o frio cristalize,

Mil tormentos de cristal desfeitos,

Arestas finas de sentimentos crus,

Quimeras vestindo homens nus…

Vida e tempo no tempo dos eleitos.

 

De quatro se arrasta no sonho que o guia,

Ao sol se estica, … e se demais aquece…

Depressa foge para a sombra fria…

Aguarda lento, calado. Ali permanece…

 

Na vida lavrada de mera ilusão,

Teias brancas que a vida lança

Da sombra um balido de dragão,

Lamento fúnebre e de esperança.

 

Grita e alvitra, diz e manda dizer,

Com tudo por fazer, ordena e nada faz,

E do nada sobra-lhe a sorte de ser

“O ser” de não fazer nada………

 

 

Orlando Martins

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