O CIRCO

O CIRCO
Vamos ao circo que ele esta em todo lado,
Olho para cima e ele lá está,
Correndo pulando, de cá para lá,
Como um trapezista baloiçando,
Sem nunca se preocupar em parar, 
Mas os meus olhos me dizem,
Que ele um dia vai parar, vai cansar-se,
Pararei então! E vaguearei no meio dele,
Para que o poça cheirar, ou talvez tocar, 
Mas Foge-me das mãos como se fosse, 
Uma alma penada e carenciada de vida,
Talvez seja a farpela do palhaço,
Rico e cheio de lantejoulas, mas chorando.
Pois o mendigo não tem vintém,
Para ir rir ao circo, rir também,
Gostava de ver os domadores de leões,
Com o seu chicote sempre a estalar,
Faz-me lembrar outros seres,
Que mesmo sem chicote fazem dobrar,
Os homens nas suas condições.
E sem lhes darem dobrões.
Para que pudessem ir ao circo rir,
Dão-lhes  chicotadas também.
(Carlos Fernandes)
 
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