O EDIFÍCIO

Entreolho as lantejoulas espelhadas
Vidraças coloridas das paredes
Do teu corpo concreto edifício
Que só meus olhos desnudam...

Aqui embaixo continuas lindo
Metáfora vibrante dos olhos meus
Que desejam em ti aprofundar o infinito...

Como se pudesse o infinito
Decifrar profundamente
Tua alma límpida espelhada
Alma refletora dos mais distorcidos segredos
De todas as almas que por ti refletidas são...

E entreolhando nitidamente tua face gigante
Vejo a minha tão diminuta refração espelhada
Desconectada, distorcida, efêmera, imaginária...
Como inúmeros rostos que a cada dia vislumbras
Tal qual um minarete moderno...
Por teus espelhos a refletir: realidade.

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