O Hospedeiro
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 1 October 2015
Nos teus selectos pensamentos
unimos cada segundo que se escoa
em perdidos silêncios
reescritos em letras reclusas
onde o tempo ferido ecoa
e as palavras férteis jamais se escusam
Foram passando
outras recordações
pintando nossos felizes dias
com afagos deixados
por saudades palmilhadas
em cada beijo que te deixo
ali anexado no tempo fugidio
Assim ouço teus passos
pulsando ao meu encontro
deixando-me renascer nesta
poesia sem mais represálias
unindo todas as impaciências
neste corpo carente onde me hospedo
apenas relembrando aqueles
emancipados suspiros
procurando-te feliz
quase dissimulado em confidencias
Envia-me somente
tuas brisas perfumadas
Invoca-me com teus dialectos
onde quero e me flagelo
Transpira-me de recordações
e eu não mais deixarei
em reclusão os suores
e desejos onde felizes pleiteamos
Abeira-te deste sol
onde nos iluminamos cada dia
Congratula-te com a primavera
que chega
e as tuas flores em mim
por fim florirão em pétalas
aconchegando-nos inebriados
E se me queres
possui-me a vida
mas devagarinho pois
não quero outras recordações
que não a brevidade deste
tempo onde finalmente
nossos destinos enamorados
sepultamos vertiginosamente surpreendidos
Perscruta cada silêncio
que jaz na eternidade
deste instante
Hospeda-te em cada
abraço
mais exorbitante
e talvez transformemos
outras recordações
em milénios de prazer
comemorando solenemente
cada doação de vida tão exultante
FC
Género: