O matrimonio

De banza a tiracollo e capa á trovador,
Eu nunca fui cantar endeixas amorosas,
Lyrismos de Romeu junto aos balcões em flor,
Por sob o luar dormente e as nuvens vaporosas.

Tão pouco tenho a linha airosa, aristocrata,
Da fina flor do tom, os dandys adamados
Que andam pelos salões, monoculando, á cata
D'um dote que lhes salve a pança de cuidados.

Tenho, como qualquer, a aspiração ideal
D'uma noiva gentil, d'um ninho conjugal;
Mas tudo se desfaz se penso um só momento

N'este quadro banal, depois do casamento:
O sogro, a sogra, a esposa, um filho já taludo
E eu, muito aborrecido... a olhar p'ra aquillo tudo.

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