O meu futuro

O meu futuro
é um nevoeiro
no escuro
da estrada que sigo, sorrateiro.
É estertor que me assusta
Por causa da moribunda vasca
Da vida que não se acusa.

O presente?
Aproveito-o;
Do passado apagava
Alguns feitos menos pomposos.

Mas o tempo segue
E se é pra lamentar,
Que seja do silêncio da noite da vida;
Em que não se ouve ou vê nada,
só se pára uma vez
e é impossível voltar
para onde o nevoeiro já dissipou.
É um caminho incerto
no qual é fácil perder-se em vícios,
escondidos por uma falsa integridade,
com a desculpa
de que é inferior ser inferior.
Onde tudo nunca é tudo
E onde quem somos para nós mesmos,
Interessa intrinsecamente a cada um...

Onde cada indivíduo é o universo...

Também a vasca do tempo
Deambulará, cansativamente,
Os meus olhos à claridade
Que lhe é característica.

Talvez quando lá chegar
Deixe de ser o universo!

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Comentários



Não obstante a versão misticista (cada ser um universo), Geralmente gosto do que escreves....quando não gosto também o digo!

Gostei do que escreveste ....por vezes é necessário viver um dia de cada vez, até o sol    aparecer e almejarmos o amanhã de forma organizada!

Um grande abraço.

Ps. Como estão a correr as coisas pela Faculdade?

 

António Cardoso's picture

Como eu te entendo amigo.

Nada pior que a escuridão que tapa o caminho do nosso futuro e não nos deixa ver para onde devemos levar os nossos pés...

Um poema muito bom!