O Mimetismo do Cinza de Nossas Vidas
Autor: André Claro on Saturday, 2 September 2017
O sol é verde,
Azul ao extremo,
Às vezes.
O sol não emite calor
Ao se sucumbir aos homens incolores.
Há outras estrelas,
Uma bem no meio do mundo
Dos outros.
Esse mundo “docês”,
Que não vou nem a passeio.
Passo nem perto,
Desse caminho escuro que não se caminha.
É escura e funda, a vaidade
Um afresco,
Em suas paredes de idiocracia.
Por isso mesmo, o sol nunca que lhes chega.
Mas eu sou um sol,
Aquela gema vermelha,
Ainda que num dia de chuva amena.
A chuva passa,
Você chega e me beija.
Você tem um terçol
Que se estende pela orelha,
Ainda assim, eu te chamo de minha.
Você é amarela, quente e viva,
Por isso quero casar contigo
E ter vários sóis,
Uma casa grande e que brilhe
Com todas as cores.
Farei isso para quê?
Para sobreviver a esse cinzento
Mimetismo de nossas vidas.
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