O Poeta Corrompido!...

Meu caro, por que anda tão abatido?...
Perdeu a maquiavelice de viver? 
Não! Por aí não!... Vai cair na rua errada!
Essa pressa é o que te impede de correr. 
 
Agora que as coisas andaram
Vive um falso luxo 
Devolvendo recusa e ingratidão
(Recusa bastarda. Recusa juvenil...)
Quer ver a brasa acender
Esquece que é cão do canil. 
Quem te disse isso?
Quem te apresentou a jogada?
Recusa o pouco da gota do amor. 
Ah! Que nada. 
O coiote às vezes finge não querer nada. 
 
Meu raro, por que anda tão viciado?!
Ninguém desse aí tem nenhum trocado!
Olha aquele ali! Ele, bem ali... sentado.
Injetou morfina a noite inteira
No tormento de ser
Acabou perdendo as estribeiras
Num ato cerimonial de ter saído do internato. 
Olha o outro, perdido no influxo. 
Perdido no tempo.
Meu raro, a relva
Do decorrer da amizade
Tem o ego infeccionado!...
A selva que vaga dentro de ti
Sangra mais que cem mil anjos esfaqueados. 
 
A raiva, o rancor, o ódio 
Não sei de onde tiraste
Desculpe por não ter também obtido. 
Penso em mim, 
Nos amores, no sonho, no pódio
Mil anjos hoje levam
Um poeta corrompido.
(Mas que triste arcanjo falido!...)
 
09 . 11 . 2014
 
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