O rio a chuva e eu

O rio, a chuva e eu

 

Chove intensamente

Apetece-me dormir

Mas nem durmo eu

Nem dorme o rio

Que beija as poldras

Entre mim e ele

Há um verso que nos une

Uma corrente que nos separa

Sinto cansaços, não sei porquê

Minha alma inquieta

Encosta-se ao leite do rio

A chuva beija-me a face

Molha meus cabelos sedentos

De carinhos teus

Meu coração inerte e fecundo

Faz-se poeta neste rio

De águas tranquilas

E neste leito abençoado

Que é o meu mundo

Há luar dentro de mim

Quando me lembro de ti

É lá que meu espírito repousa

Desta saudade sem fim!

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