O Senhor, cuja Lei é sempre justa
Autor: António Nobre on Sunday, 13 January 2013
O Senhor, cuja Lei é sempre justa,
Deu-me uma infortunada mocidade,
Talvez para eu saber (o que é verdade)
Quanto é bom ser feliz, mas quanto custa!
Feliz de quem no mundo sem piedade,
Encontrou alma que lhe entenda a sua,
Que o mesmo é que ter na mão a Lua
Tão longe n'essa triste Eternidade!
Os meus dias passavam tristemente
Quando encontrei o teu olhar ridente:
Foi a bençam de luz da Mãe de Deus!
Vaes deixar-me de novo, só na vida!
Ao cabo de viagem tão comprida
Talvez sintas mais perto os olhos meus!
Ilha da Madeira, janeiro de 1899.
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