O Senhor do Tempo

O senhor do tempo que passou,
Ficou preso num banco de jardim,
Tem o corpo em forma de assento
Porque se sentou à espera do fim.
 
Fita os ponteiros do relógio a cada segundo,
Que ficam presos, a cada olhar,
Será que o tempo parou de vez!
Deixou de passar!
Caiu mais uma lua e com ela veio a noite,
Chamou-o para dormir... chegou a hora de sonhar
Com momentos onde o cenário não é importante!
 
A expressão definha e vai caindo
Dando lugar aos espinhos que teimam ficar.
Escorre-lhe a solidão pintada no rosto,
Onde o sorriso deixou de ter lugar.
 
Vê-se no rosto cansado de esperar,
Que vive a saudade do toque da mão,
Daquela que sempre o acompanhou,
... Até o “abandonar”!
Vive a vontade de partir, para a reencontrar,
Para poder dizer-lhe que sempre a amou,
E que ela viveu sempre no seu pensamento.
 
O senhor do tempo que passou
Escuta o eco dos passos que já não vêm.
O relógio insiste em marcar ausências,
E cada segundo marca a saudade sem fim...
 
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