O SILÊNCIO DA NOITE

A noite esta fria...

As ruas abandonadas, sombrias

Muita gente se divertindo

Chorando, sorrindo, nos bares da cidade

Pessoas se abraçando, outras se beijando

Umas se curtindo, outras se amando

Pessoas entorpecidas, outras esquecidas

Verdades, mentiras, falsa felicidade



Os copos se movimentando

Alguns sobre as mesas ou bailando nas mãos

Homens, mulheres, danças, conversas

E muita música explode no ar

Parece que a cidade adormece

Para despertar num festival de luzes

E a poeta aqui sozinha

Escreve em rimas pra não chorar



Chorar a dor do silêncio

Da nostalgia, a dor do vazio

A dor da amizade, pedindo verdade

Porque não tem brilho

A dor de um sonho, luz de esperança

Que além da distância não se perdeu

A dor de um adeus, de um amor que o destino

Por mero capricho, fingiu que esqueceu



Viaja em seus devaneios

E vai muito alem do que a vida ensinou

E sonha... a poeta sonha...

O mais louco dos sonhos, o sonho do amor

O amor que os deuses, viveram um dia

Nascido da mais bela canção, da mais pura poesia

Que atravessa a retina, qual doce bebida

A luz de um olhar sem falso pudor



Ah! noite fria... quanta solidão, quanta supremacia

Como podes me vestir de tristezas

Me cobrir de alegrias, me deixar tão vazia?

Que poder tem o teu coração

Que me coloca nas mãos tua sabedoria?

Que aperta o meu peito

E faz da saudade eterna agonia?



Saudade do que não senti...

Do que não vivi... do que não passou

Saudade do que não chorei...

Do que não amei... do que não chegou

Ah! noite fria, que solidão, que supremacia

Suas ruas abandonadas e sombrias

Nos bares da cidade há musica no ar

E a poeta aqui sozinha, escreve pra não chorar.

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LIlNDISSIMO POEMA, EMBORA TRISTE, PARABENS SEMPRE. BJS