Oblivion
Autor: Frederico De Castro on Tuesday, 21 March 2017
Quisera eu esquecer-te
abandonando as vagens do tempo
onde o frio e o despudor da solidão
se alimentam e amordaçam
o terramoto de sentimentos folclóricos
adormecendo o nimbo dos desejos tão pictóricos
Esquecimento…era somente um perdido olhar vagando
na jangada do tempo estatístico
Eram tantos abraços telúricos guarnecidos por excelência
Venerados e sepultados, enquanto morro de saudades excêntricas
lembranças telegráficas embebidas num aminoácido estilístico fecundando
a vida explícita numa química de prazeres histéricos quase místicos
No pátio das minhas lembranças ruíram esquecidos
Os beijos defuntos e exóticos sentados à escrivaninha
Dos meus mais selectos desejos empíricos
Prevaricando num desejo escorrendo na noite trémula
Antepara do esquecimento onde rubrico um poema
Teórico, isométrico …tão banal como um simples namorico
Vivo neste corpo e contudo sei porque dele me ausento
Todos os dias rumo às fantasias onde pelejam meus lamentos
Numa evasão louca e tântrica escapulindo pelo ergométrico
Apelo de um sonho inebriante e temperamental
Cíclico momento de todo esquecimento murmurando
Numa dialéctica timbrada num amor transcendental
Agora e depois de fugir de mim
Reencontro-me nas ruelas dos esquecimentos
Adentro no silêncio amargo, reconciliando-te
Entre lágrimas sôfregas purificando o tempo
Onde sacio as súplicas dispersas no cadáver
Das ilusões predestinadas e tão meticulosas
Esqueci a genética das tuas gargalhadas
Lembrei-me só da hereditariedade da saudade
Bebendo o ADN de cada sorriso travesso ostentado
No estrídulo penetrante da tua voz, doce e meiga
Onde amortalhava o desejo de viver-te eterno
Numa disritmia de amores fraternos e requintados
FC
Género: