Ocaso

Ainda não vou embora... por agora.
Ainda estás entranhado em mim.
Sabes que a alma sempre demora
A aceitar que chegou a hora...
Que o sonho encontrou um fim.

Mas por agora, ainda estou aqui.
Nos labirintos da memória,
No deleitar de uma efémera história,
Na saudade incessante de ti.

Derramo silêncio nos meus dias,
Num deslizar das horas frias
Carenciadas da tua presença.

E é no ocaso do teu olhar
Que rendida acolho a sentença
Do mutismo do meu amar.

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