Onde não quero ir...

– Perco-me tantas vezes
 
de vez,
 
cem vezes
 
tantas quantas
 
vezes ainda tu quiseres
 
e se me encontro
 
devolvo-me pleno,
 
ao longo de algumas estradas
 
paralelas, sincronizadas
 
simplesmente
 
onde não há um ir
 
e nunca sabemos sequer
 
como voltar…
 
 
– Se apelo para o mundo
 
este escuta-me silenciosamente
 
agora aqui, ou mais além
 
onde ninguém vai saber,
 
se terei outra chance pra me verem
 
chorar ou sorrir de alegria
 
nestas palavras obsoletas
 
que no imenso vazio se
 
fazem arredias,
 
num ímpeto,entrelaçadas
 
entre fragrâncias indiferentes
 
ao caudal das nossas angústias
 
 
– Então é porque enfim me fui
 
já não estarei mais aqui ou ali,
 
porque para essa desvairada
 
e intempestiva liberdade
 
não há mais tempo,
 
razão ou lugar secreto
 
onde me esconder
 
assim vai ser…assim será
 
assim quero eu
 
assim te prometo
 
por cada noite que simplesmente
 
tolerante e enfeitada de ti,
 
em mim renasceu
 
FC
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