Ordem Impura
Numa órbita cinzenta giramos em torno da pureza. Ela brilha no raio distante da nossa ótica, nós não podemos alcançar, às vezes nem entende-la. A ordem foi obliterada pelo caos como a tibieza de nossos pálidos membros. O lampejo de esperança definha na ímpia vontade; talvez sejamos uma espiral de morte, tudo o que nos atrai, mata. O impuro bebe do sangue, como o rei do cálice subjuga os servos. Não tem oração que alivie, como não há arte que exprime: a tinta de nossa civilização pinta a realista obra de vis mãos.
O astro melopeia, a priori, o grave tom de tristeza, feito órgão na missa o acorde macabro. Luz apagada, ansiedade acesa, a intuição vai longe, a prática, nem perto. Altivez, soberba, ego: a tríade do ser: imparcial, indiferente, imperfeito: geometria do cosmos