Os contornos da sombra
Autor: Frederico De Castro on Monday, 8 June 2015
Na minha pele
já empalidecida no tempo
regaste com perfume
todo este ser que te sustenta
erigindo minha esperança
quase implacável
que por ti finalmente
ruge e sedenta
– Olhando no rascundo do tempo
rabisco na alma da gente
um tépido vento que assobia
embalando o dia tristonho
e tu carecida de poesia
escondes os contornos
da sombra que releio incansável
deglutindo cânticos fraternos
ainda mal rompe nossa alegria
mais intima,em lenta combustão
munida de embriagantes momentos
inolvidáveis…insubstituíveis
– Perdi as emoções
no breu da vida desafortunada
Ocupei todas as memórias com fotos
desbotadas pelos tons
silenciosos onde usufruímos extenuados
nossas existências
sangrando suculentas nesta poesia
quase virulenta
onde atormentas todos
os meus instintos
onde me arruínas até aquela
velha doutrina onde alimentei
egos famintos
ironias latejando num punhado
de ecos tão lúcidos
desinquietos, revelando-nos
o amargo sabor do absinto
– Quem me dera
conhecer teus detalhes
nos contornos suaves da sombra
adivinhar-te inteiramente
Despertar cada instante cordialmente
desassossegar-te implicitamente
até por fim exalarem nossos sonhos
vagueando errôneos em movimentos
de cumplicidade reveladora
– Assim possa eu sustentar
teus imprescindíveis
gestos tatuados na efeméride
dos dias
onde incendiamos
cada gomo de vida tão avassaladora
perpetuada nas excelências do amor
redesenhado em ondas de contentamento
que partem no tempo virtual
mitigando com preces esses
contornos de luz
onde me abandono
à sombra da tua superfície inspiradora
bebendo-te em delírios de alegria
convertendo-nos em aliciadores
e incuráveis sonhos
entranhando loucamente neste poema
em constante desalinho
mesclado de luares onde pernoito
arrastado em ondas de silêncio
e adormeço-te devorador…assim quietinho
FC
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