Os descartáveis

Uma vez mais se assiste a uma intervenção à escala mundial. Uma vez mais uma pessoa, com uma máquina de terror atrás, nomeadamente o seu cérebro, decide unilateralmente e de uma forma grotesca e selvática descartar-se de pessoas habitantes do mesmo território, ou outras que querem vir a habitá-lo com os mesmos direitos que ele, apenas com menos poder. É comum que pessoas frustradas e de mal com a vida queiram praticar atos de tremenda malvadez como estes, o que não se percebe é que alguém no seu perfeito juízo e com um império construído com base em negócios efetuados com outros países, queira agora, só porque ocupa um lugar de estado, descartar-se de pessoas que considera indesejáveis só porque praticam outro credo, outra religião. 
Será que retrocedemos uns séculos e a guerra santa no mundo ocidental está agora na ordem do dia? 
Com este tipo de frustrações e ímpetos ditatoriais, qualquer dia temos perseguições legitimadas pelo poder governativo, a outros cidadãos do próprio país, pelo tom da pele, ou pela orientação sexual, ou porque são de outro género que não o masculino. 
É deveras preocupante aquilo que se está a assistir no reino de um país democrático e pluriforme como os EUA, mas também tenho a sensação que existirá uma mão invisível, que poderá pôr cobro a atos de loucura, insanidade e malvadez, antes que haja uma catástrofe à escala mundial. 
Essa mão invisível é a mão equilibradora, aquela mão que protege os mais fracos, aqueles que são seres humanos mas que não nasceram nem cresceram com as mesmas oportunidades que outros com maiores posses económicas. 
No limite temos sempre a Constituição que é um documento sagrado para os cidadãos americanos, que é de pendor democrático e não permite a prática de determinados atos de terror. 
Com efeito, e em geral, as dez primeiras emendas, conhecidas coletivamente como o Bill of Rights ("Carta de Direitos"), oferecem proteções específicas de liberdade individual e de justiça, além de restringirem os poderes do governo. E a carta de direitos não é mais do que um documento, um contrato social em que o povo transmitiu direitos a quem o governa, ou seja, a soberania não está no governo mas sim no povo e é esse povo que poderá ter uma última palavra nos atos perpetrados com ofensa aos mais desprotegidos cidadãos de um mundo pacífico e que não quer ser violentado. Que assim seja. 
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