Pássaro mudo

Não sabia cantar o canto metálico do uirapuru Sabia ouvir pousado em um galho finissimamente onírico De longe o se põe a escutar Não sabia cantar o canto sintético do uirapuru Sabias voar rasante e tocar a barriga no espelho d’água Provocava uma ressonância quieta silenciosa Não sabia cantar o sinfônico canto do uirapuru Mas sabia ouvir e reverberar outros sons Sabias ficar quieto perto e distante ou mesmo tempo em outras palavras discreto, escreve roteiros com um olhar suave ele está longe e perto descansa em fulgores eternos.

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