Púlpito da eternidade
Autor: Frederico De Castro on Monday, 4 January 2016
Aguarela celeste
te contemplo colorindo
este jardim
plantado nos lírios dos
teus olhos
Os campos trigados repousam
na planície dos meus silêncios
enquanto colhes as espigas
de esperança cevando na efeméride
de tempo com arte e meiguice
onde teu colorido ser
em vigilia todo o amor bendiga
Deixo a soleira onde perpetuo
minhas solidões
camuflando-me na noite
onde digito palavras saturadas
de tristeza
Imagino cada quadrado
desta hipotenusa rigorosa
entreaberta na álgebra
concisa dos nossos matemáticos
cenários
absolutamente profiláticos
Faço-te maremoto num
pleno êxtase
afogando todas as
ausências desaguando
no púlpito da eternidade
rendida ao poisar súbtil
do teu ser esvoaçando
nos ventos da alvorada
onde me alojo em cada alameda
do tempo espreguiçando-se
em cascatas de criatividade
FC
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