Palavrarte

 

O artífice com mãos firmes experimenta no breve

O tom das letras

Ao invés das antigas ferramentas manchadas de sangue

Num mancar pelo distúrbio decadente do pobre artelho.

 

Aos troncos do anafiláctico semblante byroniano por entre ombros obtusos

Emplacam, competem surras de genitálias parcas

Nas torpedeiras usuras da noite torcida.

 

Tímpanos endurecidos e horas por contar,

Fios e paletós nos maus vindos frios a assoprar,

Cada costela,

Cada vão em meio à carne,

Desabrigai!

Ide por toda vida!

Em marchas puídas de orações bem inventadas.

 

Luziram sim,

Todas as freiras em eternas... (Olhos caíram mais uma vez)

 

Por culpa tua

Por culpa tua

Todas as lascas da cruz os corações do mundo!

E ouviram-se de longe os gemidos e os choros dos bebês choramingões

Só faltou teu fantasma neste dia

Para tornar para si todo o divino erro teu.

 

Assopraram no mar... Vieram as ondas

Mentiram para o mar... Tornaram-se ondas

 

Sua casa um deserto de dor

Alguns oásis sem querer no melgaço da manhã

Cautela do agrado com cerimônia de quem perde por medo.

 

Sim no poder e a sós com arrumadelas custosas dum toque

Ao desvelo sutil de quem consente consigo

Eis o abrigo infame da náusea.

 

Um gole de rum e pode-se cantar a madrugada

Com acordes da noite e na sinfonia das estrelas

Era mão o seu canto de grilo

 

Resta-nos o último gole de silêncio...

Montamos outubros

Dormimos infinitos em nós mesmos

 

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