Paranoia

Eu me sinto vigiado a toda hora, os carros, as nuvens, os celulares, tudo é motivo de desconfiança. Os urubus voam sobre mim, desmentindo qualquer fim. A cada batida de asa me enlouquecendo, mais certeza tenho sobre como sou o escolhido. A paranoia namora a esquizofrenia, e eu sou o amante delas. Sinto fantasmas olhando meus erros. Vejo minha tela de dentro recebendo suas sinapses, e até disso desconfio. Meus pensamentos me julgam por minhas atitudes, mas através dos comportamentos, refletem as autocríticas do pensar; essa metalinguagem louca não cessa. A meditação eu ignoro. Sou meu próprio Grande Irmão, uma ditadura em que nada realmente é confiável, a não ser a vigília subjetiva da razão.

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