PASSOS PARA OS PAÇOS

Passos para os Paços
Vou eu apressadamente no meu passo,
Passo firme e continuo, sem nunca recuar,
Direito ao meu destino lá junto ao Terreiro,
Ver o meu rio verde passar. 
Porque quando está calor é terreiro, 
Mas também quando está frio é largo do Paço.
Quando escutei um passo, 
Que apressado se juntava ao meu passo.
Olhei para o lado e vi o meu vulto me passar,
Estranhei e ruborizei com ele, que assim não passaria, 
A me acompanhar no meu passo.
Que apressadamente a sombra do meu passo, 
Não me respondendo me ultrapassou,
E no seu passo vigoroso, lá foi direito ao rio,
Que no seu passo lento corria,
Sem dizer para onde iria,
E que há muito, muito tempo,
Esperava o Paço por ti.
(Carlos Fernandes)
 
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