Pelos atalhos do tempo
Autor: Frederico De Castro on Friday, 28 August 2015
Cambaleei dobrando todos
os atalhos do mundo
levando meu corpo empanturrado
com dores e despertares
atentos ao cansaço da vida
que nos foge em vertigens
sem alaridos nem desalentos
mas purificando aquelas promessas
transitando dia a dia em ondas
fisionómicamente bafejadas de amor
debruçadas na curva da vida
aplaudindo pungentes de contentamento !
– Fitei ao longe teus olhos perdidos
no galope estirado deste céu
plúmeo com brilho quase desvairado
iluminando os sorrisos soletrados brevemente
onde te pernioto feliz
tragando-te em vendavais tão plenamente
– Apurei os ouvidos
escutando tantos forjados
cânticos de amor e esperança
correndo para ti ébrio de vida
latindo em tuas cascatas
feitas vestes no teu ser
que desnudo silenciosamente
revigorando a leda noite
que fecundo em pujança
– Restam curtas memória
nestes meus versos
expurgando toda liberdade
refém e minuciosamente escrita
ao ritmo da nossa
suprema cumplicidade
– Tristonho morre o dia
onde o sol extinguindo-se
constrói seu poente no catre
deste oceano em silêncios
e nós
lá pernoitaremos
congratulados pelas
novas emoções que descalçamos
ali
juntinho
às requintadas margens
do nosso mar
tão belo e vasto em alvoroço
que no teu rasto todo em ti
felizmente
em vagas eu me destroço
FC
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