Perdido de ti...
Autor: Rui Tojeira on Wednesday, 22 May 2013
Perdido de ti
Consomem-se-me inglórios os meus dias
arrastam-se-me as horas pesarosas
por entre os meus murmúrios suspirados,
carregados de uma ausência em ferida
pelos cantos magoada e pressentida,
feita de prantos por todos os lados.
Quebranta-se em mim o discernimento
e pesam-me as palavras que não digo,
consoantes em silêncio no meu peito.
Ajeito a minha cruz ao firmamento
e grito suplicando, estarrecido,
por ti que és minha luz e meu alento.
Lá fora os lobos uivam o meu lamento
e a noite veste-se de teus semblantes
confesso-me mendigo do teu corpo
e proclamo-te deusa dos desejos
e desejo-te presa nos meus beijos
na estonteante loucura dos amantes.
(Rui Tojeira)
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Comentários
Maria
2ª, 27/05/2013 - 02:14
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"Carregados de uma ausência
"Carregados de uma ausência em ferida..."
É uma ausência que se faz (oni) presente, pois que , se ainda em ferida, é porque não cicatrizou , não amenizou, ainda, a dor do amor.
Lindíssimo o seu poema, Rui!
A mim, causou-me deslumbramento.
Rui Tojeira
2ª, 27/05/2013 - 22:31
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Obrigado poetisa Maria...
Encantadores os seus comentários, grato amiga.