Perdido em Combate
E pelas sombras ele vai, e ataca sem piedade,
Uma coisa nele vale, a sua lealdade.
Ele só quer ser dono do teu coração,
Mas tu sempre lhe dizes não.
Amor, muito ele te prometeu,
Carinho, disso sempre te encheu.
Mas a tua indiferença muda o seu coração,
E torna-o em algo que não é ele, não.
O que ele quer é poder te amar,
Voltar para os teus braços quando a guerra acabar,
Mas ainda assim ele sai a noite e olha no céu,
E vendo as estrelas, vê que de desgosto ainda não morreu.
Ele parece mau, mas bom sempre foi,
Aquelas traições são o que o destrói.
Mas ele continua apto para mais uma caçada,
E sairá mais uma noite, até à madrugada.
Ele é o caçador que caça o teu coração,
Dá-te tudo o que é belo, e tu dás-lhe senão um não.
Mas ainda assim o seu coração de gelo aguenta,
A tua indiferença o gela e a tua beleza o esquenta.
Pobre dele, que padece de tanta daquela dor,
Que lhe rasga o peito e a que chamam de amor.
Mas ainda assim ele não te esquece,
E perdido naquela neve o teu retrato o aquece.
Ele não vai morrer, sem te ver mais uma vez,
Se não vir aquela mulher que ama, mas que o seu coração desfez.
A vida nas trincheiras pode ser muito cruel,
Mas aquela que o espera também não é doce como o mel.
Que fará ele sem o seu carinho e estimação,
Que fará ele para reparar o seu coração.
Ela não o vai fazer…
E ele, que não a esquece, só lhe resta sofrer.
Só a morte o vai libertar daquele sentimento,
Que o engana mas não lhe dá sustento.
E um dia uma bala no peito lhe acertou,
Mesmo que o tenha morto, daquela prisão ao menos o libertou...