PEREGRINO
PEREGRINO
Sou um peregrino do tempo,
de alma corroída e sem saber fixar-me,
deambulo, numa saga buscando a verdade,
procuro no passado e no sentimento,
a eloquente razão para encontrar-me,
apagando a sombra, que me invade.
Como um samaritano percorro,
lentamente a estrada da expiação,
apenas um nada, preenche o vazio
espaço que no pensamento, escorro,
dissecado no processo de reflexão,
esconjurado do seu homizio.
Uma sombra amargurada,
no divino caminho da verdade.
uma mentira branca, sem sorte,
pérfida, escondida, dissimulada
um frémito, vibrante de ansiedade,
viaja na consciência, até á morte.
Não tenho origem, nem mundo,
esvazio as mágoas no fim de cada dia,
expio o fogo do passado que me aperta,
peregrino do tempo e na dor que me afundo,
minha alma hilota castrada, é água fria,
que apaga a chama e me liberta.
João Murty
Comentários
Madalena
2ª, 21/04/2014 - 23:39
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Profundo! Muito lindo e
Profundo! Muito lindo e sentimental também! Amei!
Eu te abraço e te acho!
Beijos!
josé João Murti...
3ª, 22/04/2014 - 17:29
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Obrigado Madalena
Por vezes as contigencias da vida, traz á colação, necessidade de reencontrer-nos. Caminhar entregue a nós mesmo, ajuda a reflexão.
Um beijo,
João Murty
António Cardoso
4ª, 21/05/2014 - 23:38
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Um poema muito belo, amigo
Um poema muito belo, amigo João Murty.
A verdade é que todos nós somos peregrinos. Nascemos e caminhamos, pelo caminho fazemos algumas recordações felizes e algumas feridas dolorosas nos pés, até que chegamos ao nosso fim...
Um abraço.