Perfume de azahar

Queria amanhecer-te

Respirar teu hálito de café fresco 

carregado de açúcar 

e orvalho.

Inalar teu cabelo

e sufocar-me de almizcle.



Mas tu me olhavas com os olhos da noite

Ofuscados de breu

Todavia sem brilho.



Queria dizer-te que tudo foi um pesadelo

Que as nossa laranjeira continuava em flor

e que as abelhas estavam enlouquecidas 

pela primavera.



Mas tu me olhavas com os olhos de ontem

muralhas de pedras

ofuscados de breu





Então respirei o hálito da matina 

não o teu.

Um inebriante perfume de azahar.

bafejado pela laranjeira em flor.

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