Platôs mansos em deleites mornos
Julho de fogo lençóis em chamas ao vento,
Tem nas costas da amarela Serra
Um Moisés ou um Dragão.
Cercania com sarilhos indecentes
Qual rosto urinado
Quão terrível
Quão Atlantis na meiguice de Atenas
Ao encontrar no zodíaco
Todos os pelados deuses caídos.
Arriscar um nome e perder todas as joaninhas das matas,
O adeus e o lamento do sono com som de fúria
Feito bomba atômica do peito
Fundir-se às lamuriosas alfazemas zincadas.
Pecai em meu nome com toda vossa culpa
As estrelas compõem a orquestra da treva
Ouvimos daqui cada som em cintilação boba
O tempo tem na pele o gosto do resto do aço
Com brilho mágico desorganizado verão.
Gritaram de longe uns trezentos anos,
Algumas sobras,
Os restos dum amor que existia.
Perdoai as noites a fio,
Todo o sexo e todo o gozo
Perdoai pela melancolia fria,
Todo o pranto e todo o mofo
Da pele que enferruja a cada choro,
A cada grito num assovio
Vinho de sangue!
Dai-nos o tecido veludo nos olhos
Um momento a mais para por salivas
Com gosto vulgar na borda do cálice,
É como comparar uma prostituta a uma bebida má
Quando o vermelho escapa.
Ter no fundo do quarto escuro o mergulho dum livro
Que não diz fim nem começo.
A cópula sagrada
O redemoinho e o vento
Passagens estreitas a mundos distintos
Ver o gozo o gesto metido na atitude do ser mais velho.
Quando fazemos o que não está no escripte
É porque uma sombra do futuro
Invadiu a vida da alma pesada
A beleza confere a estranheza de algo não bem-vindo
No lembrar de centeios absolutos
Dos goles desesperados
Dum filho choroso nos seios da mãe do vício
Num sei lá duma tranquilidade de campo
Viraremos as páginas deste dia feito de papel noite
Tão bela que mata com um bonito simples perfume
De encanto com pedaço morte
Da roupa que veste pele
Áureas abertas à lâmina fina e quente
Nos versos deletérios.
Queremos um lenço macio e limpo
Em faces nossas tentando um sudário da prova
Antes dos germens famintos lutando na carne
Exilada na terra compulsiva
Lembramos-nos da vez que tentamos ver o que há depois da aurora
Com berros de leites de bezerros pastoris
As oliveiras e os jardins
Meras fantasias musicais