Poema da liberdade
Autor: Frederico De Castro on Friday, 24 October 2014
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Poema da liberdade
Vai meu poema
assim tão rápido
te reproduzas livre
nesta inusitada e errante
palavra ressurgida
na manhã que incandescente
desfalece
na metáfora resignada
de um poema tão farto
Vai e maquilha-me
o tempo
tão grato que me escorre
entre as mãos
como a vida tantas vezes insubordinada
tão navegada na correnteza
de um rio sem água
numa terra já sem vida
Vai e tão farto
farta-me e consome-me
liberta-me até o fôlego
desta vida que queima
qual brasa viva
num fogo bravio morrendo
assim sem mais chama
que nos cativa ainda que impulsiva
a persuasiva palavra
em cada lágrima contemplativa
FC
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