POESIA HOJE
POESIA HOJE
by Fernando Antônio Fonseca
A poesia reage às novas exigências consumeristas do mercado, e envereda-se na busca de novos recursos e formatos, inerentes às novas ferramentas de produção e consumo, se adequando -como um camaleão- aos aparatos contemporâneos de multimídia.
A poesia reacende chamas apagadas pela inovação tecnológica e supera esta contingência na medida do possível. Ela não se entrega nem se extenua com nada, visto que o “nada” não a desestimula, por ser fundamento e veículo da reflexão e expressão existenciais. Ela muda de roupagens e condicionamentos, e se transfigura em não-fórmulas, se reinventando à medida que novas variáveis são inseridas na gênesis onírico/criacionista que a respalda.
A matéria-prima poética não está pois, “extinta”, apenas se revestiu de novos enfoques consequentes da mutação cronológica das escolas poéticas tradicionais, tanto no que diz respeito à “forma” quanto ao que se refere à “temática” ou a seu “conteúdo” propriamente dito, resgatando as tendências do passado, e por outro lado, incorporando novos formatos linguísticos e influências derivativas das práticas atuais de produção, e da disseminação tecnológica.
A poesia, como os demais produtos, tornou-se um item , que exigirá de seus artífices-poetas novas pesquisas no âmbito da linguagem, para que seja assimilada pelo mercado com frequência e absorção apropriadas aos novos tempos. Surgiram plataformas digitais inéditas (Wattpad, Threads, Book Tock, etc...) que passaram a coexistir com as redes sociais convencionais (WhatsApp, Facebook, Instagram, Tik-Tok, YouTube, etc...), além de sites e blogs pessoais e/ou compartilhados, diversificando os meios de produção, divulgação e consumo desse produto cultural.
O tradicional livro físico se associou aos livros digitais (e-books) e às redes sociais, e a novos programas e aplicativos, numa frenética interação midiática que visa suprir a demanda de internautas e leitores de todas as gerações e de todos os gostos. A poesia não agoniza, ao contrário, se revitaliza, pois sobrevive em cada um de nós.