Por onde...?
Por onde...?
Por onde?... caminho obscuro e solitário,
Trilhado apenas nas mentes ruins,
Quando um sonho, chamado Noite,
Em minha alma reina na posição vertical,
Cheguei aqui, onde não quis ficar,
Fora do Espaço-Tempo.. onde consciencia não há,
De um dia selvagem vou-me deitar, sublime,
Remanescer aqui...lá?
Memorias na Alma e inundações no Espírito,
Abismos nos olhos, que mais poderei ver?
Deuses, titans, jardins no meu ser,
Lágrimas que gotejam, não as nego,
Não as vou reter...
Montanhas derrubantes, sempre, sempre...
Em Corações sem terra, nada para beber,
Nos mares aspiram o inquieto,
Dos Céus caiem aos pares,
E mesmo de mãos infinitamente abertas,
Meu Deus, não me faças ceder...
Por este caminho, assim aberto,
Trilhado apenas no sonho chamado Noite,
Por cada ponto mais distante,
Recanto esse... de melancólico,
Murmurio humilde,
Murmurado algumas vezes,
Cai o Poeta horrorizado,
Em agonia entre Terra-Céu...
Para o coração, num bater relâmpiado,
Para o Espírito, que espeita na sombra,
Nunca os mistérios são expostos,
Tecido meu, pele que me esconde,
Assim a Alma, degolada na esperança,
Por um caminho obscuro, e solitário.
Luís Ginja