Precário silêncio

Descubro o véu do silêncio banhando
O dia reverberando arguto…quase satírico
Enquanto brame faminta a solidão impotente
Perante esta audaz ilusão categórica e omnipresente
 
Com fogosidade o tempo esmaga cada hora
Inerte, urgente, avassaladora
Desmonta o trapézio do silêncio onde se
Equilibram solidões tão devastadoras
 
Enamorada a noite bamboleia-se sensual e
Dengosa neste prazer devasso e boémio tão carente
Deixando à tangente uma paixão diluir-se na dialéctica dos
Nossos beijos nunca censurados antes e sempre mais comburentes
 
Ostento agora a luz que a madrugada roubou ao precário
Sonho onde nos expusemos inadvertidamente
Pátria do amor feito inquisição desta fé ruindo abruptamente
Até que fine uma hora senil mergulhada num lamento
…assim indubitavelmente...
FC
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