Procuro - te na Noite
Procuro - te na Noite
Procuro-te na Lua da Noite reflexos de ti em mim,
em olhares luminosos que cruzam o meu caminho.
Todos os dias de todas as noites
tenho-te dentro do vapor incandescente ,
na aproximação do poema que transborda a resina do tempo.
Procuro – te na Noite,
o tocador da Harpa que lança a flecha
ardente na estrela cadente,
o respirar sísmico do tacto fragmentado,
o ápice que revela a queda em chão nu.
Bebo o Sol da noite
e tornamo-nos mais amantes que a Lua.
Danço a argila quente,
dança a minha fonte leve,
rega-me a flor da carência onde dói-me,
dói-me o beijo em infinitos lábios,
dói-me as entranhas da saudade,
dói-me o desejo,
dói-me o principio do nada.
Viagem de um novo cântico maior,
buscar-te em sangue inquieto
que arde nas veias,
salivar-te em ondas de infinito desejo
de boca repousada no corpo,
navegar-te em corpo veludo ao som
dos gemidos escaldantes da paixão,
embriagar-te nas sílabas do prazer,
tactear - te no silêncio da noite solitária.
Todos os amantes navegam outro texto
em caligrafia de Amor.
Gila Moreira