Química

 

Eis que parto!

Não sei se quebro,

Não sei se paro,

Mas parto mesmo assim.

 

Vou para uma terra longínqua,

Uma terra distante

Que nem sei mesmo se terra é.

Que nem sei se mundo existe.

Parto, sem saber o que será de mim.

 

Se haverá um eu,

Se haverá um chão.

Mas haverá um céu,

Haverá um norte

E certamente haverá multidão!

 

Não sintam saudade de mim!

Retorno ao reino atômico.

E quando átomos tornarem a ser,

Abraçarei a todos

E seremos molécula única

Nesse mundo duro de viver.

 

Rodrigo Dias

(in: “Impressões Expressas & Expressões Impressas”; Usina de Letras, Rio de Janeiro, 2009)

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