Qualquer outra manhã

O que faço se desta manhã me encontro cativo
E revivo cada anoitecer que se espreguiça nas
Memórias mais viçosas e maciças
 
Qualquer outra manhã eu sei que virá, esguia
Esplendorosa satisfazendo a luz engravidante roliça
Pulando de janela em janela até explodir depois tão castiça
 
O sol precisoso goteja seus raios imperiais pela fresta do tempo
Onde pousei minha solidão que viça sensorial, acasalando
Nossos desejos sapateando numa aventura brejeira…quase surreal
 
O que mais importa é minha fé transbordando em cada oração
Mais existencial, expectante recriando a vida numa impressão digital
Revelando todas as eternidades beirando a soleira desta esperança confidencial
 
Sem heroísmos revelo-te agora o conteúdo dos meus sonhos essenciais
Quando te tinha toda pra mim…oh, sim com todas as tuas credenciais
Despindo cada aguaceiro por onde pingava aquele perfume só teu…tão cordial
 
Reencontrei por fim as palavras mais envergonhadas, sentadas no divã da solidão
Onde confesso todo o silêncio se entranha repercutindo substanciais beijos ignitivos
Desabrochando pelas tuas gargalhadas carburando asfixiantes e excepcionais
 
Morre a noite para que depois ressuscite a nova manhã mais gestante
Mais extravagante dando à luz aquela triunfante esperança onde se extasiam
Meus versos caminhando pelo corrimão do tempo curativo, reinventado…contagiante
 
FC
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Comentários



Sentindo o pulsar da vida, em cada verso em cada página, os poetas/escritores refugiam-se no papel,  envelhecem a palavra e envelhecem-se nas palavras; porque a palavra escrita não é mais que um elo que nos liga ao universo e faz fluir um sentimento  que nos habita.

Parafraseando Florbela "Ser poeta é ser mais alto"

Força F.C., Abraço

João Murty

Obrigado pela linda mensagem

caro poeta

Abraço fraterno

FC