Quando o silêncio bate à porta

Kevin Kern - The Silence of Knowing

Quando o silêncio bate à porta
 
asseguro-me feliz
 
das leves brisas
 
que teu perfume importa
 
soprando em convergências
 
sem demais interferências
 
do tempo
 
varrido no restolho de uma
 
fogueira ainda crepitando nos ventos
 
 
Quando o silêncio bate à porta
 
empunho todas as emoções
 
enamoradas pela beleza
 
do silêncio
 
sangrando em nossos corações
 
faço juramentos em cada momento
 
fraterno e desejado
 
rompo fronteiras só para te ver
 
nunca padecer de saudades
 
faço-me espelho
 
teu reflexo puro
 
decifrado na ciência arquivada
 
em bibliotecas repletas
 
com histórias de amor e poesia
 
 
Quando o silêncio bate à porta
 
reajo imune a esta lenta
 
sofreguidão implícita em todos
 
os tons da cor
 
e fundimos sem intervalos
 
nossas alegrias  passageiras
 
devoradas em tantos famintos
 
actos encastrados num único adeus
 
que agora enfim já pressinto
 
 
Quando o silêncio bate à porta
 
sinto só admiração no fulcro
 
das palavras belas
 
perdidas num labirinto
 
onde antes dividimos
 
gargalhadas incontáveis
 
sorrimos graciosos
 
a cada soluçar por instinto
 
penetrando de assalto
 
em cada existência que se
 
extingue
 
cingida de paz
 
simplesmente
 
inteiramente
 
voraz
 
FC
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