Quanto à solidão...

Quanto à solidão...apregoei-a quando ainda era saltimbanca
Reabilitei-a depois de muitas  gargalhadas briosas vestindo
A manhã encarcerada num lambuzante, majestoso
E esmerado sorriso tão aromatizante
 
Quanto à solidão...embrulhei-a numa sombra que pasta no meu
Silêncio mais energizante quando a ilusão da noite, chegando
De mansinho,  apazigua a vida, revelando-nos um sonho
Vassalo bordado com cores suaves, aprazíveis e gratificantes
 
Quanto à solidão...desempacotei-a de vez alimentando omissas
Páginas desta desilusão exorbitante e ditatorial deixando
Frente a frente nossos desejos, teimosos egotistas…mas essenciais
 
Quanto à solidão...alimentei-a, submeti-a aos prazeres mais radicais
Até que os ecos mágicos do amor nos sufoquem num marginal e
Psicotrópico momento desta serena existência tão crucial
 
FC
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