As quatro estações

Quando olha em meus olhos,
pergunto-me:
consegues me ver?
Entendes o que lhe digo?
Em voz alta não posso dizer.
 
Sinto a força da paixão
queimar meu peito como fogo,
grito teu nome em silêncio,
sei que podes me ouvir.
 
Sua expressão, de relance,
demonstra o amor que esconde,
defronta a paixão que arde em fogo
em frívolo, supérfluo desgosto.
 
Não entendes as quatro estações?
Assemelham-se as nossas paixões.
Esquecemos no tempo infindável
o que marcaste o peito em soslaio.
 
Olhares muitas vezes distantes
contam-nos segredos profanos
e gritantes imploram romance,
nos imploram com olhares amantes.
 
Inevitáveis olhares amantes,
pergunto-me:
Em qual destes, a paixão se esconde?
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