A Queda

A dúbia ressaca moral que corrói o pulmão, secando o ar corrompido pelas tentativas falhas de se reerguer. Minha ourobouros devorando o próprio pecado na medida que se satisfaz. Estou intoxicado pelo vírus da enganação, como Apóstolo Paulo diz: ‘’Porque haverá homens amantes de si mesmos… desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural’’, homem com a pomba branca morta no peito, sou mais que ímpio; desobediente e ingrato pelas oportunidades. Não suporto mais olhar o reflexo penoso de um sujeito acabado. Sorriso falso machuca a arcada dentária, não está dando mais para dissimular. O fim está próximo e a redenção me foi tirada antes do nascimento. Relógio temporal vai morrendo conforme as belas gotículas d’água escorrem as mudas. Tudo tende a entropia do absoluto, a verdade do início, do meio e do homem.

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