Quem ama
Quem ama, não dizima
as peraltices, o sorriso
as crianças,
elas adubam o tempo de boa
esperança
a roda gigante da vida anima
Eu escrevo trocadilhos
a qualquer tempo
onde a bonança pede carona
uma desconhecida
na estrada dos sonhos
Quem ama não caminha
sem desafios, percorre até o fim
toma remédio ruim
a cura não abandona
Eu percebo a mesma cultura
entre homens imaginários
Heróis imperfeitos
para salvarem o amor
Quem ama, chega na feira
das emoções atrasado
mas consegue os melhores preços
no varejo e no atacado
Que ama, consegue propagar
milagres
na caixinha de surpresas universal
todo dia, medidas de boa vida
na vila ou na cidade
Quem ama vive incoerências
beija sempre como se fosse
o primeiro e louco beijo
toma sempre a melhor sopa quente
Quem ama, reverência
histórias de amor a conta-gotas
pois não deseja o seu fim
vamos, amor
o mapa está à nossa espera
nos conduzirá sempre
Poeta, motorista destas sentimentalidades
nunca levado a sério
mas com altas expectativas
do amor dar certo.