Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois

 

Escrito em 4-3-1914.

 

Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois

Que vem a chiar, manhãzinha cedo, pela estrada,

E que para de onde veio volta depois

Quase à noitinha pela mesma estrada.

 

Eu não tinha que ter esperanças — tinha só que ter rodas ...

A minha velhice não tinha rugas nem cabelo branco...

Quando eu já não servia, tiravam-me as rodas

E eu ficava virado e partido no fundo de um barranco.

 

 

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