Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois
                          
              
        Autor:  Alberto Caeiro on Monday, 21 January 2013        
      
    
  
    
  
 
  
      
  
    
  
Escrito em 4-3-1914.
Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois
Que vem a chiar, manhãzinha cedo, pela estrada,
E que para de onde veio volta depois
Quase à noitinha pela mesma estrada.
Eu não tinha que ter esperanças — tinha só que ter rodas ...
A minha velhice não tinha rugas nem cabelo branco...
Quando eu já não servia, tiravam-me as rodas
E eu ficava virado e partido no fundo de um barranco.
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