Quem precisa de poesia?

Quem precisa de poesia?

Quando já há fábricas

Quando há máquinas

Tão, tão, rápidas

Quem precisa de poesia?

No asfalto e alcatrão

No cimento e betão

No carro e no camião

Quem precisa? Quem?

Tendo já as cidades

Aromas que sabem tão bem

Quem precisa de poesia?

Quando se tem a guerra

E se rebenta com a serra

E o pássaro já nem pia

Quem precisa de poesia?

Quando ainda há fome

Gente que nem come

Quem precisa de poesia?

Quem precisa? Quem?

Sendo já as metrópoles

Já tão sem ninguém

 

 

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