QUEM SABE...De mim...
QUEM SABE... De mim...
Naquela tarde quente, que incendeia,
Fui refrescar-me à borda da ribeira.
Absorta, tacteei a fina areia...
Divaguei...recostada à oliveira.
Aquilo do que eu gosto, não é ouro.
Nem quero o arco-iris alcançar !
Nem quero possuir alcácer mouro
Ou jardim de repuxos d'agua a jorrar !
Só quero ver estrelas. Não tocá-las !
Ver e sentir o voo do pardal.
Ver florir as < três rosas> e beijá-las,
Molhar os pés no orvalho matinal.
E quero ouvir reparos com lisura.
Não ter de sorrir se quero chorar.
Ter afagos no rosto, com doçura,
Teimar nesta força d'acreditar !
E quando vai embora a luz do dia,
E o corpo s'apaga, sonolento,
Deixo que uma quizília se adie
E dou paz , ao cansado pensamento !
Gosto assim e à noite me entregar !
Tranquila, sem nada a me pesar.
E, se essa, fôr o fim...não acordar,
Sei que haverá um novo começar !!!