Quero-te como se quer.

Tenho-te na memória,
Como um pedaço de cotão
Que se agarra à roupa;
E tenho-te na minha vida
Como uma tatuagem.

Por mim, bebia todos os dias o teu sorriso,
Acompanhado pela tarte do teu beijo
Todas as manhãs, para me preparar para o dia;
Mas existe este intranspunível e transeunte obstáculo,
Que, enquanto dura, me agride sem nunca me tocar:

És apenas uma tatuagem
Que, de vez em quando,
Me aparece em sonhos reais
Que eu quero manter para sempre,
Mas que nunca duram mais que um dia.
És apenas um sonho
Que não sei se verei realidade;
És a "ALE" da minha "GRIA".
E tudo isto segue e bate, em mim, violentamente,
Como se eu fosse o caminho inclinado
Por onde um calhau gigante
Segue e bate desamparado.

Partes-me as árvores da liberdade
E mudas, temporariamente, o curso do meu rio
Enquanto eu quero que o mudes permanentemente...

Chego à conclusão que vivo melhor
Com a agitação das tuas "pancadas",
Enquanto estou preso à tua corrente;
Que te vivo batendo na memória,
E na ilusão de presença da distância,
Até que possa contar a Nossa história...
Chego à conclusão que te quero.

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