Quotidianos - 2ª Parte

QUOTIDIANOS – 2ª PARTE

Almoço mais cedo, estava em jogo o horário de Marrocos-Portugal, onde todos vibramos por mais uma vitória da nossa Selecção Nacional. Como no Filme “Casablanca”, Ronaldo tocou outra vez piano, melhor dizendo, marcou um golo de cabeça, e a orquestra com muito sacrifício lá foi aguentado a vitória. Uma vingança da Batalha de Alcácer Quibir. D. Sebastião regressará ao Reino, se transportar a Taça do Campeonato do Mundo. As Irmãs Hospitaleiras e todos nós festejaremos.

Na sala de convívio, uma pessoa assistida dizia a outra, também assistida, que os medicamentos não apagam as nossas mágoas, os nossos sofrimentos interiores. A nossa mente tem de resolver esses dramas.

Na mesa do refeitório, uma história de caça à perdiz em terras transmontanas, mais concretamente em Santa Camba de Rossas, terra fértil em seda e lúpulos para a cerveja. Um pequeno grupo de caçadores, por escala, levava as merendas e respectivos farnéis. Um “menino doutorado” de Coimbra apresentou-se vestido de branco, para se destacar da ralé. Enquanto os outros caçadores, na aventura de apanhar uma perdiz, levavam os bolsos dos camuflados repletos de sandes com chouriço, queijo, presunto, o “coimbrinhas”, tipo “alfacinha” em Lisboa, comeu marmelada, que ainda derramou para o seu fato de noivo arrependido. Não deve ter esquecido a lição: na caça todos devem ser caçadores.

Um doente para outro doente: “não venhas com fantasmas do passado, não repitas, esquece, liberta-te deles, és mais feliz no dia-a-dia que vais vivendo”. Resposta: “Oh Homem, até classes políticas querem acabar com o passado, esquecer as nossas figuras históricas. Querem acabar com as touradas, a transmissão das mesmas só depois das 22HOO e com bolinha vermelha no canto dos écrans.”

Um ex-presidente presidiário, Luís Inácio da Lula da Silva, a cumprir cana de 12 anos e um mês de prisão por dar uns sacos de milho aos familiares, um fã do futebol e apaixonado pelo Corinthians, escreve semanalmente do escritório da sua cela, enviando os seus comentários sobre o Mundial de Futebol, em carta, para o Programa “Papo com Zé Trajano”, onde são lidos. Na primeira Edição GOL-LULA, a missiva presidiária resume-se assim: a Alemanha não é invencível, o único craque da bola é Ronaldo, críticas severas à selecção do seu Brasil, e um ataque cerrado ao juiz do jogo (atacar juízes é a sua grande especialidade), golo irregular da Suíça e um penalty por marcar.

Seria interessante, em Portugal, colocar presidiários políticos a comentar jogos de futebol, seria excelente para a reintegração social dos mesmos.

De Aldeia de Joanes (Fundão) chegam boas notícias: uma sessão de ilusionismo para as crianças do ensino básico; a Celebração de baptizados, primeiras comunhões e profissões de fé, com muita dignidade e respeito.

 Alguns pais das crianças do 6º Volume da Catequese estão a organizar a “FESTA DO BAIRRO”, convívio familiar para que todos se conheçam melhor, com olhares para a Aldeia onde têm a sua residência e que os acolheu, oferecendo-lhes muitas valências para a formação dos seus filhos e familiares. Uma iniciativa de um Domingo para conviverem e unir esforços pelo progresso de Aldeia de Joanes.

 

António Alves Fernandes

Junho/2018

Aldeia de Joanes

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