RALLY PARIS-DACCAR

 

 

“RALLY PARIS-DACCAR”
 
#crônica #poesia #ironia #cotidiano
 
 
-pelo AUTOR: Fernando Antônio Fonseca
 
 
 
Ontem (sábado, 28/07), percorri –quase que literalmente- o percurso do Rally Paris-Daccar. Peregrinei afoitamente o roteiro completo desse evento, porém, “simbolicamente”, e com ávida destreza. Explico: o Rally Paris-Daccar é uma competição automobilística de resistência, anual, que consiste na travessia, através do deserto, de uma distância de cerca de 8.500 km...
 
Esse percurso, paradoxalmente, é também realizado no (pasmem!!) centro de Lisboa (Pt), em um sítio repleto de bares, que se agrupam side-by-side -em um determinado quarteirão-  sendo procurados por turistas e moradores locais, que se propõem a fazer a hercúlea tarefa de ingerir doses de bebida alcoólica (normalmente o temível “absinto”- 80 graus), ao longo do trajeto , de bar em bar, desde o início até o fim do
quarteirão. Geralmente, o cliente chega ao final (às vezes nem chega!), “daquele jeito”...
 
Obtive estes detalhes e informações, através de fortuitas conversas com um primo próximo, que sempre que podia (e houvesse grana disponível), voava para a Europa, e lá, se alojava em albergues para estrangeiros. Este meu primo -um solitário inveterado- cultivava fina descrição e detalhamento dos ambientes e lugares por ele visitados. Foi por meio de seus relatos e conversas, que vim a conhecer as minúcias do “velho mundo”, recriados nesses bate-papos esparsos, mormente quando ele vinha até nossa casa, visitar minha mãe anciã...
 
Curiosamente, lembrei-me disso ontem, ao retornar de um almoço em um restaurante no entorno de meu bairro, onde eu e um de meus irmãos, fomos saborear uma “traíra” maneira, frita no óleo, e regada por latas de H2O tônica com limão in natura. Este “paralelismo”entre o “alcoholic”circuito de Lisboa já mencionado, e o evento automobilístico do Rally Paris-Daccar, ocorreu-me logo após nosso retorno para casa, em um “insight” contundente e inesperado, numa associação abstrata, na qual senti-me meio que “inebriado”após chegarmos...Suspeitei que fora a H2O tônica c/ limão, ou até mesmo o cafezinho de cortesia servido após a refeição (quem sabe “batizados” com a adição de um estupefaciente qualquer...).
 
A propósito, deveria ter encaminhado uma solicitação de “Análise Toxicológica’ à polícia técnica (laboratorial) com vistas a esclarecer de vez tal distúrbio indesejável.
 
Mas, cá pra nós, passei a acreditar que tal H2O tônica e o absinto, podem mesmo levar à loucura (Virgem Maria!)...
 
 
 
 
 
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